domingo, 11 de agosto de 2013

Ná Ozzetti (1988)


Após gravar sete álbuns com o grupo Rumo, lendário grupo musical de São Paulo que tinha composições muito originais e um modo especial de cantar, um canto meio falado (que não tem nada a ver com o rap), Ná Ozzetti lançou seu primeiro disco solo, em 1988, com uma seleção surpreendente, com compositores que vão de Roberto e Erasmo e Domenico Modugno a José Miguel Wisnik. Nas interpretações, Ná traz um pouco do jeito do grupo Rumo, cantando versos e falando outros, num equilíbrio impressionante. Nota-se esse equilíbrio principalmente na gravação de  Dio come ti amo, grande sucesso italiano dos anos 60, em que Ná suaviza a dramaticidade e uma certa pieguice da canção, com um resultado magnífico. O grande destaque em termos de composição é José Miguel Wisnik, autor de quatro faixas do disco. Profundo estudioso da música, é um dos grandes compositores da atualidade. Destaque também para a excelente gravação de Nós, de Tião Carvalho, que depois fez muito sucesso com Cássia Eller. Uma faixa em especial acredito ser a melhor, Diva, do irmão Dante, em que a voz de Ná entra após mais de dois minutos de uma exuberante introdução instrumental.

Faixas:
1- Sua Estupidez (Erasmo Carlos/Roberto Carlos)
2- Nós (Tião Carvalho)
3- Ah! (Luiz Tatit)
4- No Rancho Fundo (Ari Barroso/Lamartine Babo)
5- Dio Come Ti Amo (Domenico Modugno)
6- Sócrates Brasileiro (José Miguel Wisnik)
7- A Olhos Nus (José Miguel Wisnik)
8- Libra (José Miguel Wisnik)
9- Cardápio Barra Pesada (Itamar Assumpção/Paulo Lepetit)
10- Orfeu (José Miguel Wisnik)
11- Diva (Dante Ozzetti)

Baixe aqui.



Um comentário:

  1. Este disco da Ná Ozzetti é realmente lindo. Tenho outros discos dela, mas este de fato marcou a minha vida. Para mim, é o melhor, embora eu goste de todos. Concordo com o autor do blog, a canção Diva é especial, lembra-me Nino Rota, o autor das trilhas de Fellini. Só estou triste porque o meu vinil está riscado logo na faixa "A olhos nus", que eu ouvi muito por vários motivos: porque lembra o meu pai, que eu perdi muito cedo, na infância, e porque é de autoria do querido professor Wisnik, de grata lembrança.

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