Lançamento: Fernando Maranho - Crimideia (com entrevista!)
Fernando Maranho, guitarrista e parceiro de composições de Tatá Aeroplano nas bandas Cérebro Eletrônico e Jumbo Elektro, lança hoje o seu segundo álbum solo, Crimideia. As nove composições inéditas passeiam por estilos musicais diversos, do rock ao eletrônico. A viagem sonora se inicia com Cabeça na Terra, cuja letra é inspirada na obra do líder indígena e escritor Ailton Krenak e conta com a participação do amigo Fernando TRZ (Liniker, Cérebro Eletrônico) nos teclados. Segundo o músico, "o disco segue por caminhos de reflexão sobre o momento atual do planeta, flerta com uma certa nostalgia em momentos pontuais, exercita a memória de um futuro que não existiu, traz reflexões e fragmentos de memória pessoais que se confundem com ficção e se encerra com a canção que deu nome ao trabalho, Crimideia." O disco foi gravado com Gustavo Souza (Cérebro Eletrônico) na bateria e João Velhote (Patife Band) no baixo. A mixagem e master foram feitas pelo Renato Cortez (Cérebro Eletrônico). Leia entrevista exclusiva a'Os Brutos Também Ouvem:
— O que significa "Crimideia"?
— É uma palavra em Novilíngua, idioma fictício do livro clássico 1984, de George Orwell, que significa a criminalização do pensamento. O tema vêm à tona no momento onde observa-se o retorno gradual do autoritarismo e a consequente tentativa de depreciação da cultura e da diversidade em escala global.
— Fale mais sobre o álbum.
— Uma das coisas que eu mais gosto nesse disco é a questão da diversidade. Eu acho que um disco pode, sim, ter várias histórias, texturas, ambiências e até mesmo estilos musicais diferentes. Por que não? Crimideia segue essa linha, assim como o meu primeiro disco solo. O primeiro single, 1980, é uma parceria muito legal com o poeta Daniel Perroni Ratto. A minha irmã fez um clipe só com cenas da gente criança nos anos 80 a partir da coleção de VHS da família e as pessoas têm curtido muito. Conceitualmente, o disco tem 2 lados. O lado A eu chamo de mais alternativo, e o lado B, mais rock. Eu convido as pessoas a fazerem, portanto, algo que está um pouco fora da moda que é escutar na sequência e perceber as mudanças de estação.
Fernando Maranho, Gustavo Souza e João Velhote
— Quais são suas principais influências musicais?
— Por mais que a minha sonoridade seja muito voltada pro som alternativo dos anos 80 e 90, eu desde pequeno sempre gostei muito de ouvir rádio e meus pais tinham muitas coletâneas em vinil o que, de certa forma, traz essa característica diversa para o meu som. Diversos discos fizeram a minha cabeça ao longo dos anos mas, talvez, o mais emblemático seja o Mellon Collie and The Infinite Sadness, dos Smashing Pumpkins.
— O que você ouve e curte hoje? — Eu escuto de tudo, mesmo. E ouço muita música, todos os dias... Vou pegar aqui o que ouvi hoje, como exemplo: Jards Macalé, Johnny Marr, Juçara Mara, Killing Joke, Sam Fender, Weezer e por aí vai, e vai...
— Postamos aqui no blog no início de 2014 o álbum "Vamos pro Quarto", do Cérebro Eletrônico, que tem parcerias incríveis suas com Tatá Aeroplano, como "Um Brinde aos Pássaros" e "Libertem os Faunos". Como foi sua participação no disco?
— O Vamos pro Quarto foi feito de forma bem coletiva. Fiz um trabalho grande de decupagem das nossas jams e organizei de certa forma estruturalmente algumas canções. Libertem os Faunos é uma, em especial, que eu sugeri uma letra e melodia inicial. As demais letras são de autoria do Tatá. O Vamos pro Quarto é meu disco favorito de todos do Cérebro. Adoro.
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